Último Post do Ano

18/12/2006

Caso o título deste post já não esteja explícito o suficiente, cansamos, estamos de saco cheio e queremos férias. Ano que vem voltamos. Ou não, se não voltarmos até o carnaval, deletamos o blog. É a vida. Mas gostaríamos de agradecer nominalmente as quatros pessoas que nós sabemos com certeza que entram no blog e postam comentários regularmente: Obrigado, Marina, Araújo, Tainan e Plínio. Se você, pessoa fora da lista olha o blog regularmente e não nos avisou, agradacemos você também. Obrigado. Abraço efusivo pra você. E, como não podia faltar, uma foto da Mari Alexndre e outra do mundo sem motivo nenhum só pra fechar o ano com chave de ouro. São nossos objetivos, lembram? Sim, isso é uma indireta pra você, Papai Noel.


Early Works

13/12/2006
Contemplem! O primeiro sketch do primeiro número de Vamos Dominar o Mundo! Não parece genial? Não parece brilhante? Sim, só pelo sketch percebe-se como os futuros dominadores do mundo governarão a raça humana! Não dá pra perceber todo o potencial? Não é estupendo? Não é sensacional? Não é sarcástico?

Ele poderá ser seu um dia, quando colocarmos a venda no e-bay por $1.000.000!

B de Bermuda

12/12/2006

Olá, desculpa a demora em postar, aconteceu aquela coisa desagradável que acomete a todos nós, a vida. Enfim.

Hoje o assunto NERD é uma das coisas mais NERDs que existe no mundo, os Trading Card Games (TGC), ou seja, os RPGs de cartas. O maior expoente desse universo é Magic: The Gathering, apesar de hoje em dia Pokemon TGC e Yu-Gi-Oh serem bem populares também. Só pra constar, no meu ranking das coisas mais NERDs do mundo, é o segundo colocado, perdendo apenas para hentai. Mas esse ranking é assunto de outra coluna. O assunto hoje é porque TGCs são uma coisa tão horrorosamente NERD.

Para começar: A concepção dos TGCs foi em torno de características e necessidades NERDs. O cara que inventou, Richard Garfield, é um gênio. Ele deve ter parado, olhado um bando de NERDs (ou um espelho, vai saber) e percebido que eles:

1) Não tem nenhuma vida social, logo qualquer coisa que seja legal o suficiente para fazê-los esquecer dessa verdade será bem-vinda;
2) Têm dinheiro;
3) Gostam de colecionar qualquer coisa;
4) Gostam de disputar em jogos, games ou o que seja com seus pares NERDs;
5) Gostam de discutir sobre porra nenhuma que na verdade não importa para ninguém (quem é melhor, Kirk ou Picard?) além deles próprios.

Resumindo, ele inventou uma coisa que afeta todas essas características dos NERDs. Ele inventou o primeiro TGC, Magic. Que é um jogo divertido (característica 1) disputado entre X pessoas (característica 4) envolvendo diversas cartas colecionáveis e com níveis de raridade (característica 3) com regras complicadíssimas e contraditórias (característica 5) e que custam “barato”, mas que para montar um bom deck, você precisa comprar muitos boosters (característica 2). Brilhante. Eu mesmo fui jogador de Magic por um bom tempo, gastei uma puta grana, ainda sei jogar e ainda tenho uns decks em casa. Ah, desculpa, deck é um baralho (cada jogador tem o seu) e booster é um pacotinho de cartas.

Sem contar que eles se renovam num ritmo mais acelerado. Todo ano lança umas três expansões do universo, forçando os NERDs a comprarem ainda mais cartas para se manterem atualizados. Se não compram, não podem participar de campeonatos, onde só vale as últimas três expansões lançadas. A não ser que participem de campeonatos “free-for-all”, mas aí vão ter que disputar com os caras que colecionam desde o começo, e possuem cartas antigas com poderes absurdos e preços idem (tem umas que passam 1.500 dólares). Ou seja, essas expansões novas são um ótimo meio de chupinhar ainda mais dinheiro de ainda mais NERDs.

Mas existe uma característica NERD extra embutida nos TGCs que faz com que eles sejam uma coisa ainda mais NERD que, por exemplo, games, quadrinhos, Star Wars, Star Trek, RPGs e etc. Eles nunca se popularizaram nem abriram portas para o mundo “de fora”. Existem games voltados para a popularização dos mesmos, de modo a fazer com que eles sejam consumidos por não-NERDs. Idem pra quadrinhos. Star Wars é uma das séries de maior bilheteria de todos os tempos, se não a mais – acreditem, não foram só NERDs no cinema. Você pode virar um fã de Star Trek só com um DVD ou uma ida ao cinema. Mas quem joga TGC tá fechado num mundinho minúsculo, onde somente aqueles que também jogam podem entrar. Para um novo jogador nascer, ele precisa ser indicado e conduzido por um veterano. Não tem como aprender a jogar sozinho (sério), nem como jogar sozinho. RPGs também são assim, mas como eles consomem MUITO MENOS dinheiro de um NERD, não vamos levá-los em consideração. Os únicos que entram em contato com esse universo e são aceitos são os vendedores de decks e boosters. Mas ainda assim a maioria joga também.

Resumindo: existe um mundo alheio a tudo o mais o que acontece no universo, e esse mundo é essa fornteira espaço temporal que pulula nas mentes dos jogadores de TGCs. E esse mundo é mais vasto, complicado e estranho que qualquer coisa que vocês possam imaginar. Para vocês terem uma idéia, eu desisti de continuar lá. É foda. É uma coisa horrorosamente maníacamente assustadoramente NERD.

Por que eles perdem do hentai, vocês perguntam? Simples, porque com o hentai você consegue se fechar num universo próprio sozinho. Mas como eu já disse, mais tarde eu discuto tudo isso.

Enfim, acho que acabei. No fundo, tudo o que eu queria era mostrar para aqueles que não conhecem esse universo como ele é mais profundo, mais bizarro e mais NERD do que parece. Para aqueles que conhecem, continuem no seu caminho e ostentem com orgulho o fato de persistirem num dos maiores campos NÉRDicos que existem. Meus parabéns.

NERDice do dia: “TGC, uma NERDice para poucos”. Falô.


Calça das Trevas

09/12/2006

100 Resmungos

Divididos em 5 doses de 20 resmungos, ou encheria o saco. Obrigado.

1 – Série americanas na TV aberta, sempre dá merda
2 – Garotas comprometidas que dão trela e recuam quando você tenta alguma coisa… é filhadaputice!
3 – DVD’s sem extras são uma bosta
4 – Bares sem sua cerveja favorita enche o saco
5 – Internet discada é foda
6 – Ficar bêbado loge de casa sem carona é triste
7 – Cinema a 15 reais irrita
8 – Esperar 2 horas na chuva a junta militar abrir. E não abrir. Lembro que foi incômodo, no mínimo.
9 – Garotas esquisitas gostarem de mim. Só elas! Altas demais, gordas demais, chatas demais, burras demais… Deprimente
10 – Não desligar / atender o celular no cinema. Merecem tapa na cara
11 – Sentar em um saco de lixo em um cinema do centro às escuras. Aconteceu comigo. Você não esquece
12 – Pessoas que não cumprem promessas. Tapa na cara da mãe delas, isso é culpa de uma formação ruim
13 – Pessoas que jogam na cara favores. Quero retribuir em PAU NO CU!
14 – Sorriso com mais gengiva que dente é feio que dói
15 – Não ter panetone o ano todo deve ser pecado na Itália. Vou me mudar pra lá
16 – Crentes que berram que já foram viados até Jesus tocá-los. Tem tanta coisa errada nessa frase que nem vou listar
17 – Reuniões de ex-alunos. Quero tanto incendiar o lugar e rir, rir, rir até o mundo rir comigo…
18 – Gente que se atrasa sempre deveria ser empalada
19 – Comunidades do orkut “odeio quem odeia Fulano” são babacas pra caralho
20 – Produzir e vender seu fanzine não é uma experiência enriquecedora. É trabalho escravo. Estão rindo de você, rapaz!


Talking Heads – Pessoas Burras

08/12/2006

Calça – Pessoas são burras.
Bermuda – Sim…
Calça – Pessoas são burras e a gente está cansado de saber…
Bermuda – Hahaha.
Calça – Estudando, a gente soube… os professores falavam: “cara, as pessoas são burras”.
Bermuda – As pessoas são muito burras.
Calça – Então, ao mesmo tempo que você tem que contar uma boa história, você tem que pensar: “as pessoas são burras, então eu tenho que contar de um jeito que no fim das contas fica aquele ‘Aaah… entendi!’” Mas a questão agora nem é história, isso é choramingo de roteirista.
Bermuda – Essa é uma questão que eu, particularmente, já desencanei. Eu espero que quem vá ler minhas histórias tenha pelo menos terminado a quarta série…
Calça – É! Eu faço histórias pras pessoas até quarta série! Eu… Eu sei que as pessoas são burras.
Bermuda – Noventa porcento não chegou na quarta série.
Calça – Mas o problema agora é desenho. Desenho é…
Bermuda – Chega! Chega dessas pessoas que não entendem nada de desenho e ficam batendo uma pra essas coisas horrorosas que se acha na rua.
Calça – Não, tipo, Alex Ross. Alex Ross é bonito… é brega? É brega, mas é bonito, é muito muito foda… Não é o negócio mais “que do caralho”, mas o cara é foda.
Bermuda – O cara manja.
Calça – O cara manja. Mas o problema é quando as pessoas acham que desenho realista, ou pseudo-realista…
Bermuda – …É tudo o que existe, é o que é bom…
Calça – É! Não é bom. Não acho que isso é bom, até porque no estilizado, você pega o realista, você manja do realista, de anatomia e tudo mais, e você começa a fazer o seu traço. É muito mais foda, demora muito mais tempo.
Bermuda – É um processo criativo maior, não é só você ficar olhando uma fotinho de alguém e ficar copiando. Essas pessoas que ficam copiando foto e aí a mãe chega e fala “Aaah! Que bunitu!” e os amigos chegam e falam “Aaah! Que bunitu!” Não! Não!
Calça – Não, não e não!
Bermuda – Chega disso!
Calça – É que nem eu comentei a um tempo atrás… Eu fiz um storyboard prum amigo meu que faz publicidade. Tipo, ele me chamou, não é porque eu sou bom. É porque eu sou o único que ele conhece.
Bermuda – Hahaha…
Calça – Então ele me chamou pra: primeiro, me dar uma força; segundo, porque ele achava que eu ia cobrar barato, que ele é muito muquirana; e terceiro, porque eu sou o único que ele conhecia. Ele teria que caçar gente, e era um negócio muito pra ontem. Porque eles são desorganizados. Beleza. Aí ele me passou as idéias do negócio e fiz um desenho do meu estilo, estilizado, só pra ele falar mal. Porque eu queria ver a cara dele quando ele visse, sabe… E foi muito o que eu pensei. Ele fez uma cara de decepcionado e falou “Meu, eu achava que você desenhava melhor”. Aí eu comecei a falr sobre estilizado, estilização e o caralho. Aí ele falou assim pra mim uma hora: “Tá, eu entendi, mas a questão é que as pessoas comuns, que olham anúncios, essas coisas, não têm a menor idéia, a mais vaga noção do que é desenho. Então, pra ela, tanto faz! Porque tá bonitinho, tá uma coisa mais realista, e cheia de tracinho…
Bermuda – É o que as pessoas acham que é bonito, “olha, ele se deu ao trabalho de fazer um monte de tracinho!”
Calça – Cheio de detalhe, então a pessoa acha mais bonito. Beleza. Daí eu expliquei pra ele o que era punhetar um desenho.
Bermuda – Hehehe…
Calça – Que é esse termo bonito e gentil, que significa que você tá pondo tracinho onde não tem que ter tracinho, e um monte de rachura onde não tem que ter rachura. Pra parecer que você desenha melhor, existe a teoria que quanto mais detalhe, você desenha melhor.
Bermuda – Não é verdade, não é verdade.
Calça – Mas pras pessoas que não entendem, isso é verdade.
Bermuda – Mas não é verdade!
Calça – Não é verdade de verdade, mas pra ela é mais real, ela olha e fala “Parece mais bem feito, que você terminou o desenho.” O que é uma puta idiotice! Aí eu fiz e ele achou melhor desse jeito, mas mesmo assim, eu acho que ele nunca mais vai me chamar pra nada, porque ele acha que eu não desenho do jeito que ele acha que eu devia. Do jeito que ele acha que anúncio devia ser. E tudo bem, até que eu entendo isso, mas é uma coisa muito idiota. E, no fim das contas, ele estava certo, porque as pessoas são burras, e eu estava certo, porque as pessoas não entendem o que eu quis passar. Não que eu desenhe bem pra caralho e eu que estou certo! A questão é que as pessoas sao idiotas.
Bermuda – Chega, chega, chega…
Calça – Tipo, olha Mike Mignola e fala que é ruim.
Bermuda – E daí olha o carinha que fica no ponto de ônibus que desenha mais ou menos realista e desenha mais ou menos realista e diz “nooooossa, como você desenha bem!” Não!
Calça – Não é isso.
Bermuda – Não, ele é um idiota, ele pega foto e copia.
Calça – Estilizado é bom e as pessoas são burras. Ponto.

Ah, nós desistimos de pôr os diálogos em mp3. Percebemos que realmente não estamos com saco de descobrir como fazer isso e que ninguém ia querer ouvir mesmo.


B de Bermuda

04/12/2006

Olá, pessoas. Hora de NERDar. Para dizer a verdade, não sei sobre o que NERDar hoje. Na prática, eu nunca sei, o assunto me ocorre mais hora menos hora. Mas a questão é que hoje eu tenho dois assuntos meio que complementares, mas que torrar os dois de uma vez só vai me dar mais dor de cabeça futura. Ah, que seja, vamos falar das duas coisas ao mesmo tempo. Os assuntos de hoje são a decadência dos eventos de anime e a crescente retardadice mental que parece acometer a grande maioria da raça NERD.

Eventos de anime, a muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante, foram uma coisa legal. Era divertido. Minha rotina era: chegar cedo, esperar uns 40 minutos na fila, entrar, comprar uma montanha de mangás, sentar, ler todos, e depois ver o que tinha no evento. Traduzindo: para mim, o que realmente me importava era comprar mangás com desconto e antes do lançamento deles em banca. O resto (cosplay, bandinhas, concursos de games, etc) eram secundários, mas igualmente divertidos. Teve a época que eu fiz cosplay também (ainda pretendo voltar a fazer) (e ainda vou NERDar sobre isso) , era legal se vestir de um jeito bizarro e pagar mico num palco prum bando de desconhecidos. Me divertia tendo a idéia de uma apresentação que pudesse divertir o povo. Também teve a época “Anime Quiz”, onde eu gostava de ficar testando meu nível de NERDice. E existia uma boa competição na época, caras tão NERDs quanto eu. Que seja, pareço um velho falando do “antigamente”, sem internet nem papel higiênico macio, que era melhor que hoje em dia.

Mas, a partir de algum momento, esses eventos merdearam feio. Não sei se eu cresci (toda vez que fico com essa dúvida, vou assistir Bob Esponja e Padrinhos Mágicos para voltar a me sentir bem comigo mesmo) e enjoei deles, ou se eles pioraram mesmo. Quero dizer, ainda existe a coisa legal de comprar mangás com desconto e antes deles lançarem na banca, mesmo que os descontos tenham diminuído, assim como a qualidade de publicação não tenha melhorado quase nada, e as editoras continuem tratando os leitores como uns retardados mentais sem o problema do politicamente correto (que a grande maioria deles é, explico isso mais tarde). Ainda é possível criar apresentações legais, mesmo sendo inútil, já que os juízes dos evestos são todos uma máfia de um único fórum (Compre Bem) (piada interna, não preocupe-se em entender). Já os Anime Quiz pioraram ao ponto de eu ajudar a organizar eles (falando nisso, é por causa de um evento que eu fui ontem pra ajudar no Anime Quiz que essa coluna existe). E os eventos ficaram mais populares. E, ao invés de escolherem lugares mais amplos e arejados, foram indo para locais menores e mais apertados, o que piora a situação toda (já fui num evento em que pessoas desmaiaram por causa do aperto). Começaram a atrasar ainda mais as coisas (abertura dos portões, horário de apresentações, etc). E a qualidade das atrações dos eventos piorou (chega de japas cantando Jaspion, CHEGA!). Isso sem contar a máfia do Cosplay – a coisa mais ridícula que jamais vai existir na história da raça humana (sim, eu estou contando a trilogia nova de Star Wars). Traduzindo: os eventos pioraram mesmo. Ainda bem que eu não cresci. Mas quem eu vou culpar por toda essa merda? Os organizadores? Fácil demais. A culpa, obviamente, é dessa massa de NERDs (otakus, no caso) retardados que vão ficando cada vez mais imbecis a cada ano.

Talvez eu também esteja ficando mais idiota, e nem todo otaku de evento é um completo imbecil (conheço alguns que se salvam), mas a questão é: essa massa de NERDs é cada vez mais besta. Sério. Acho que sempre tiveram uns idiotas na nação, e retardados têm em qualquer lugar ou grupo, mas a popularização dos eventos de anime encheu minha vista de paspalhice crônica e infinita, infelizmente. Talvez exista um gerador de espermatozóides imbecis nos testículos de cada homem, e por isso, sem nenhuma explicação, algumas pessoas pura e simplesmente nascem burras por natureza. O próximo passo delas é encontrar um grupo ao qual pertencer, e hoje em dia a moda entre jovens panacas é virar otaku. E isso lota os eventos, antes tão idílicos, puros e divertidos, e hoje em dia uma celebração da idiotice humana.

Bem, dando um tempo na minha preleção de ofensas contra a burrice, uma explicação de como cheguei a essa conclusão: eu tenho um cérebro. E, com ele, consegui observar como essa montanha imbecis: um, vai nos eventos não fazer porra nenhuma, apenas congestionar o caminho e ficar enchendo o saco; dois, aplaudem e vaiam qualquer coisa, independentemente da qualidade (cosplays, músicas, apresentações, desenhos, etc); três, são intolerantes com qualquer coisa que não entre no círculo de “coisas que eu gosto” (eu sou assim em certo grau, todo mundo é assim em certo grau, mas acreditem quando eu digo que esse bonde da burrice é mil vezes pior); quatro, não fazem nada contra o fato de serem tratados feito lixo pelas empresas que dependem deles. Esse último eu acho particularmente perturbador. Eu vou cada vez menos em eventos, parei de chegar cedo, e reclamo com os organizadores de cada problema que eu encontro, por e-mail e ao vivo – ano que vem, acho que vou só um dia em um evento só. Eu mando e-mails reclamando do que eu não gosto em mangás e hqs, paro de comprar o título ou paro de comprar produtos da editora em questão se ela me irrita. Eu sou chato pra caralho. Mas esse Everest da ignorância (estão me acabando analogias) continua incensando esses filhos-da-puta que me fazem eventos de merda, que me publicam quadrinhos como se fossem fraldas geriátricas sujas de diarréia, que me fazem dublagens e traduções ridículas. Desse jeito, porque os caras se dariam ao trabalho de melhorar a qualidade dos seus produtos e serviços? Iria custar mais dinheiro, e ei, ninguém está reclamando além desse Bermuda pentelho que nós já bloqueamos o e-mail, não é mesmo?

Entenderam o principal problema desse Olimpo da idiotice crônica? Eles são tratados como merda, são alimentados com merda e continuam querendo mais merda. Podiam fazer um evento de anime nos trilhos do metrô, cobrando 50 reais e o cu de entrada que ainda assim is encher desses idiotas ridículos. E eles voltariam ano que vem, pro AniMetrô II. Podiam lançar um mangá chamado Ushi no Kuso (A Bosta da Vaca), que seria nada mais que bosta de vaca ensanduichada entre duas folhas de papel jornal que ainda assim eles comprariam e leriam. E achariam o máximo. Não. Não. NÃO! Caralho, parem de ser tão idiotas. Dá pra ter eventos, quadrinhos, animês, filmes, o que seja, com uma qualidade minimamente aceitável. Basta pararem de ser tão horrorosamente paspalhos. Basta fazer doer no bolso desses filhos-da-puta que dependem do nosso dinheiro. Basta usar o cérebro.

E não me venham com essa de “ah, mas você perde o acesso aos mangás/quadrinhos/ animês que nunca chegam no Brasil”, que hoje em dia existe uma coisa chamada “internet” (ou “Timmy”, em um certo universo paralelo) (meus parabéns se entender a piada), onde conseguimos achar, baixar e ler as mais diversas coisas. Pirataria? Ei, melhor que ser tratado como merda. Minha integridade é mais importante que direitos autorais. Mas eu sei a importância de dar suporte para quem faz o seu trabalho direito, tanto que eu compro diversos títulos que, mesmo caros, valem a pena pela qualidade da história e da publicação.

Chega. Chega de falar o óbvio, chega de reclamar do demônio, chega de exigir o mínimo de qualidade. Essa coluna me cansou, e estou de mal-humor agora, pensando em como só foram publicados dois números de Blacksad e eu ainda não reclamei disso com a editora. Vou mandar um e-mail agora. E só pra fechar a coluna, a NERDice do dia: “Não aceite a merda que o Homem te dá, faça ele comer da sua enquanto você rouba o dinheiro, a casa e a mulher dele”. Falô.


Calça das Trevas

02/12/2006

Sometimes I’m drunk

Sentei na escada, no lugar menos imundo que achei. Apoiei a cabeça nos braços sobre os joelhos pensando na minha frustação profissional, na minha fragilidade emocional e na minha dificuldade de relacionamento. Ou seja – dor de cotovelo.Estava sem cigarro e meu amigo estava no andar de cima beijando alguma coisa com estrogênio – não queria atrapalhar; nem me assustar. Então ela subiu uns degraus e sorriu.

“Não fica assim” ela disse.
“Quê?”

“Não fica assim, tristinho”

“Eu… eu não…”
“Fica com essa bala, pra ficar alegrinho”

Segurei a bala e me senti com dois anos. Ela sorriu largo e foi embora. Eu sorri também e comi a bala. Era de caramelo. Muito boa. De repente não me senti não me senti tão desprezível. Fui para perto do palco, e a banda era ótima. De tão cansado encostei na parede, pensando em mudar de vida logo que ficasse sóbrio. Espero ficar sóbrio logo.